Para o especialista, faltou sensibilidade e pesquisa ao lidar com o animal. E, a consequência resultou na imagem negativa do filme e sérios problemas comportamentais ao cão.
Confira os pontos destacados pelo especialista, Renato Zanetti:
O cão emite claros sinais comportamentais de desconforto com a situação:
– evita ficar no local
– rabo no meio das pernas
– orelhas para trás
O cão emite evidentes sinais de medo e pavor: evitação e tentativa de fuga
De forma clara, o suposto adestrador uma a força física para fazer com que o cão entre na água, mesmo quando o animal tenta voltar para uma área de segurança.
No lado oposto ao cão, uma outra suposta adestradora chama o cão e tenta atraí-lo com um brinquedo. Obviamente, sem sucesso, pois em situações de estresse (cientificamente comprovado), não há aprendizagem.
Pessoas da produção assistem a situação e não percebem que está acontecendo um tratamento inadequado ao cão.
Por fim, o cão é submetido a uma situação arriscada do ponto de vista físico e acaba submergindo, quando a filmagem é interrompida sem mostrar as consequências.
O que pode acontecer ao cão:
Trauma permanente (ficará com medo de situações semelhantes)
Insegurança momentânea (ficará inseguro com as pessoas nas quais ele deveria confiar: adestradores e tratadores)
Desconfiança eventual (de situações similares: luz, pessoas, barulho, etc)
Ou pode não acontecer nada no futuro. Mas o simples medo naquela situação já é maléfico ao bem-estar do cão.
Como deveria ter sido feito:
Dessensibilizar o cão a situações similares
Condicionar o cão a situações similares
É possível? Sim. Exemplo: cães de busca e salvamento no mar são animais que não ficam com medo em situações assim, pois são treinados para associarem barulho, água, vento a reforços positivos.
O erro principal:
Provavelmente, falta de tempo para treinar um cão com estas características para atuar no filme
Provavelmente, falta de interesse em conhecer sobre comportamento animal para saber como agir em situações assim
Com certeza, falta de sensibilidade
Opinião do especialista:
Exageraram na dose de realismo, colocando um cão claramente apavorado em situação de real dano emocional (pavor) e físico (afogamento).
Isso é exatamente o oposto que sugere os principais pesquisadores da área de comportamento animal
Renato Zanetti, Fundador da Dog Solution
Pensando no bem-estar e nas necessidades naturais dos cachorros que vivem em centros urbanos, o zootecnista e especialista em bem-estar animal, Renato Zanetti, desenvolveu um local com o conceito de que os animais podem expressar os comportamentos naturais, praticar atividade tanto física, quanto mental, além de promover equilíbrio e bem-estar em um ambiente tranquilo e seguro. A Dog Solution está presente no mercado há 6 anos e é pioneira na aplicação do enriquecimento ambiental para cães em grupo de grandes cidades. Hoje a Dog Solution é referência para novos centros e Renato Zanetti atua ministrando palestras e Workshops sobre bem-estar animal e a idealização do Day Care Ideal.
Mais informações: www.dogsolution.com.br